Rubem Valentim: Um Símbolo da Afro-Brasilidade

Rubem Valentim (1922-1991) foi um artista plástico e professor baiano, aclamado como um mestre do concretismo no Brasil. Nascido em Salvador, ele integrou, entre os anos de 1946 e 1947, o Movimento de Renovação das Artes Plásticas na Bahia, junto a nomes como Mário Cravo Júnior e Carlos Bastos, entre outros. Este movimento foi essencial para a modernização das artes na região, e Rubem desempenhou um papel central nesse processo.

No início de sua carreira, durante a década de 40, Rubem Valentim produziu obras figurativas, retratando naturezas-mortas, paisagens urbanas, flores e figuras humanas, sob influência do realismo e do expressionismo. Na década seguinte, ao se formar em jornalismo pela Universidade da Bahia, sua arte passou a incorporar símbolos e emblemas geométricos das religiões afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé, em telas abstratas, marcando uma virada decisiva em seu estilo.

Em 1957, Rubem mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como assistente do professor Carlos Cavalcanti no curso de História da Arte do Instituto de Belas Artes. Durante esse período, abandonou a figuração e aprofundou suas pesquisas a partir dos signos da iconografia das religiões afro-brasileiras. Sua pintura ganhou uma forma rigorosamente geométrica, e sua participação no Salão Nacional de Arte Moderna lhe rendeu o Prêmio Viagem ao Exterior. Residiu em Roma entre 1963 e 1966, e em 1966, participou do Festival Mundial de Artes Negras em Dacar, no Senegal, consolidando sua reputação internacional.

De volta ao Brasil, Rubem Valentim estabeleceu-se em Brasília, onde lecionou pintura no Ateliê Livre do Instituto de Artes da Universidade de Brasília. No final dos anos 60, além da pintura, passou a realizar murais, relevos e esculturas monumentais em madeira. Em 1972, criou sua primeira obra pública, um mural de mármore para o edifício sede da NOVACAP em Brasília, e em 1977, na XVI Bienal Internacional de São Paulo, apresentou a obra “Templo de Oxalá”, composta por painéis e esculturas em madeira branca.

A importância de sua obra foi reconhecida pelo Museu de Arte Moderna da Bahia, que inaugurou em 1998 a Sala Especial Rubem Valentim no Parque de Esculturas. Uma de suas obras mais emblemáticas, uma escultura de concreto aparente instalada na Praça da Sé em São Paulo, foi definida por ele como um “Marco Sincrético da Cultura Afro-brasileira”.

Embora seja frequentemente classificado como um pintor construtivista, Rubem Valentim rejeitava a filiação a qualquer corrente europeia, especialmente à arte concreta, reafirmando o caráter exclusivamente nacional de sua produção. Ao transformar emblemas e signos religiosos em uma simbologia construtiva, sua obra dialoga com a linguagem internacional, mantendo, no entanto, uma profunda conexão com suas raízes afro-brasileiras.

  • 1922: Nasce em 9 de novembro em Salvador, Brasil, em uma família humilde, vivenciando desde cedo as injustiças sociais.

  • 1946: Forma-se em Odontologia pela Universidade da Bahia, mas logo abandona a profissão pelas artes plásticas.

  • 1948: Envolve-se no movimento renovador das artes plásticas em Salvador, influenciado por artistas como Aldo Bonadei.

  • 1949: Participa do I Salão Baiano de Belas-Artes com uma pintura abstrata.

  • 1950: Expõe na mostra “Novos Artistas Baianos”, marcando sua presença no cenário artístico.

  • 1951: Destrói suas obras em um ato de desespero, mas logo retorna à pintura.

  • 1953: Forma-se em Jornalismo e começa a publicar crônicas sobre arte.

  • 1954: Realiza exposições individuais e instala seu ateliê na Galeria Oxumaré.

  • 1955: Recebe o prêmio Universidade da Bahia no VII Salão Baiano de Belas-Artes.

  • 1956: Participa da III Bienal de São Paulo e do V Salão Nacional de Arte Moderna.

  • 1957: Transfere-se para o Rio de Janeiro e expõe no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

  • 1958: Inaugura a Galeria Macunaíma com a mostra “Oito Artistas Contemporâneos”.

  • 1959: Participa da V Bienal de São Paulo e do VII Salão Nacional de Arte Moderna.

  • 1960: Recebe o certificado de isenção do júri no IX Salão Nacional de Arte Moderna.

  • 1961: Casa-se com Lúcia Alencastro e realiza exposições no Brasil, recebendo prêmios.

  • 1962: Ganha o prêmio de viagem ao exterior no XI Salão de Arte Moderna e participa da Bienal de Veneza.

  • 1963: Viaja à Europa e realiza exposições, fixando-se em Roma em 1964.

  • 1965: Faz individual na Casa do Brasil em Roma e participa de mostras internacionais.

  • 1966: Participa do I Festival Mundial das Artes Negras e da I Bienal da Bahia.

  • 1967: Transfere-se para Brasília, leciona na Universidade de Brasília e realiza exposições.

  • 1968: Participa do IV Salão de Arte Moderna do Distrito Federal.

  • 1969: Participa do Panorama de Arte Atual Brasileira e da I Bienal Internacional de Arte Construtiva.

  • 1970: Realiza exposição no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e participa da II Bienal de Medellín.

  • 1971: Realiza individual na Galeria Documenta e participa de mostras no Brasil.

  • 1972: Cria mural de mármore em Brasília e participa de exposições internacionais.

  • 1973: Recebe prêmios na XII Bienal de São Paulo e no I Salão Global da Primavera.

  • 1974: Expõe a série “Logotipos poéticos da cultura brasileira” e participa de mostras no Brasil e Canadá.

  • 1975: Realiza exposições no Brasil e Japão e publica seu manifesto artístico.

  • 1976: Expõe em Belo Horizonte e Cuiabá, recebendo o primeiro prêmio na Bienal Nacional de São Paulo.

  • 1977: Participa de diversas bienais e mostras, incluindo a XIV Bienal de São Paulo.

  • 1978: Realiza exposições em Brasília e participa da mostra “América Latina: Geometria Sensível”.

  • 1979: Cria escultura em São Paulo e medalhas para a Casa da Moeda do Brasil.

  • 1980: Realiza exposição na Fundação Cultural do Distrito Federal.

  • 1981: Participa da mostra “Arte Transcendente” no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

  • 1982: Participa da I Exposição de Arte Latina e divide residência entre Brasília e São Paulo.

  • 1985: Participa de importantes mostras coletivas como “Tradição e Ruptura”.

  • 1986: Realiza mostra conjunta com Athos Bulcão em Brasília.

  • 1988: Expõe individualmente no Rio de Janeiro e participa da mostra “A Mão Afro-Brasileira”.

  • 1989: Réplicas de seus objetos-emblemas são mostradas no desfile da Unidos da Tijuca.

  • 1990: Realiza individual de pinturas e desenhos em São Paulo e participa de coletivas no Brasil.

  • 1991: Realiza exposições nos EUA e Brasil; falece em 30 de novembro em São Paulo.

 

AS OBRAS:

Torre Azul 1

Inspirado nos icônicos totens concretistas ligados a religião afro de Rubem Valentim. AXÉ!

Peça em resina pintado a mão
Dimensões ( AxlxP) 7 × 7 × 19 cm

Peso – 0,400 kg

Torre Azul 2

Inspirado nos icônicos totens concretistas ligados a religião afro de Rubem Valentim. AXÉ!

Peça em resina pintado a mão
Dimensões ( AxlxP) 7 × 7 × 19 cm

Peso – 0,400 kg

Torre Branca

Inspirado nos icônicos totens concretistas ligados a religião afro de Rubem Valentim. AXÉ!

Peça em resina pintado a mão
Dimensões ( AxlxP) 7 × 7 × 19 cm

Peso – 0,400 kg

Torre Vermelho

Inspirado nos icônicos totens concretistas ligados a religião afro de Rubem Valentim.AXÉ!

Peça em resina pintado a mão
Dimensões ( AxlxP) 7 × 7 × 19
cm

Peso – 0,400 kg